sábado, 20 de setembro de 2014

Livre Arbítrio


Já pensaste nas consequências filosóficas dos ensinamentos do velho Albert Einstein?

O Espaço e o Tempo formam um tecido contínuo. Tudo o que já aconteceu e ainda vai acontecer existe, exatamente como qualquer lugarzinho do universo, seja uma rocha insignificante na terra, ou um oceano gigantesco em algum planeta desconhecido. 

Se você está parado, ainda assim se move no tempo. O agora é uma percepção singular e relativa, das infinitas fatias de instantes que somadas compõe o tecido do espaço-tempo. Se você se move, vai perceber fatias de agora diferentes conforme se aproxime ou se distancie daquilo que em sua percepção, compõe o seu agora. 

A isso chamamos de espaço-tempo-continuo. Não faz sentido, mas é matematicamente testado e confirmado diariamente por tecnologias como a do GPS. 

Assim, o futuro existe tão concretamente quanto o passado e o presente. Não estamos indo em direção ao desconhecido, fazendo escolhas numa disputa de big brother cósmico. O meu futuro já aconteceu na perspectiva de um observador distante. Realmente não sabemos como isso se integra com a visão da física quântica, em que o observador parece exercer uma função decisiva. O fato é que o mundo funciona assim, e não é para fazer sentido para nós, pelo jeito. 

Eu não julgo o demérito ou a derrota, por que não encontro, fora da ilusão e arrogância humana, fundamentos para a realização de feitos vitoriosos. Tudo é relativo e determinado por causas que nos ultrapassam.

Simplesmente não somos o fim último do universo. E, se sabemos tão pouco sobre a nossa própria vida, o que nos autoriza a julgar os outros? 

Deploro, sim, profundamente as condutas e a dimensão trágica de algumas, quem sabe todas, as existências. Mas não posso julgar os seres. Tudo o que posso saber deles, sei por conhecer a mim mesmo. Tenho conseguido conter meu natural instinto assassino. Mas minha condição é irreplicável. 

E, finalmente não sei como explicar, além de apenas racionalizar, como cheguei até ser quem sou, o que tenho feito com o que fizeram de mim.

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