sábado, 20 de setembro de 2014

Para acreditar na racionalidade é necessário conhecer antes os limites da razão. O pensamento humano encontra uma ferramenta eficiente no raciocínio lógico. Mas a mente é um fenômeno bem anterior a clareza de pensamento que parece ser inerente a razão.
A clareza de pensamento tem uma relação tortuosa com a estética do bem e com a fenomenologia da beleza. Somente através da loucura é que a razão pode emergir e foi no intermitente bailado entre luz e trevas que a virtude encontrou expressão no que é razoável.
Podem existir formas de beleza que a mente humana ainda não conhece ou simplesmente é incapaz de conceber. Do mesmo modo, os abismos que tememos podem ser gêneros de uma espécie bem mais vasta. Por isso o papel da desrazão e da loucura não é suprimido em função da racionalidade. Antes constituem uma reserva estratégica frente as impossibilidades da efêmera razão humana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário